Amor é uma fraqueza
Tentar admitir a si mesma quem é no
fundo, o que sente e o que quer. Deveria ser simples, afinal quem pode a
conhecer melhor além dela? Ela é mais fogo do que imagina, se magoa mais
facilmente do que consegue admitir, é mais amorosa do que acha que consegue
fingir e deseja um amor com a mesma intensidade que deseja viajar o mundo,
apesar de tentar negar a primeira.
Não é tão ciumenta quanto achava, mas
se martiriza como quem se acusa de um crime hediondo todos os dias, severamente
e por qualquer motivo. Prefere manter a armadura, forte como uma muralha. Os
paradigmas do próprio coração, são os que mais quer desfazer. Quer um amor para
a vida inteira, daqueles de seus avós, que estão juntos há 6o anos. Uma vez a
disseram que os amores não eram como contos da Disney. A pior parte disso? Ela
acreditou.
Tentou ser fria, engatou em
relacionamentos vazios, foi sua maior prova que era forte a tal ponto. Conseguiu.
Uma, duas, três vezes... Caiu de novo. "O amor é uma fraqueza", já
diziam. Deixa fraco como um laço, que se desfaz rapidamente. O pior de
acreditar na frieza alheia, é cair no conto do vigário. Coração despedaçado faz
isso. Efeito colateral.
Doce já não era seu vicio. Passou a
considerar o gosto de cerveja agradável. Fez novos amigos. Mudou de nome,
identidade e endereço. Mudou a cor da vida. Decidiu que a fraqueza na qual
falaram era o que queria. Queria sentir o quão arrebatador podia ser. Se
poderia existir para ela. Queria a realidade, a intensidade e o brilho do amor.
E o que mudou dessa vez? Ela conseguia aceitar a vontade do próprio coração.
Lola.
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