Vamos, dorme...
Tentava entender porque não pensava em outra coisa, queria aquilo mais que tudo, era sempre o centro dos seus pensamentos. Vai, foco garota, termina de passar esse rÃmel, decide qual blusa vai usar logo, pega o colar que sempre usa e o relógio que nunca tira, argh.. o batom, sempre o batom a fazia atrasar mais alguns minutos, pra variar, ela sempre estava atrasada. Não queria ser reconhecida por tal caracterÃstica, mas como, a prática se repetia, não tinha como fugir.
No trabalho, email novo na caixa de entrada, era ele, seu amigo que sempre estava ali, estavam acostumados a conversar por email, ele sempre tinha os conselhos mais doidos e se compartilhavam conversas que só tinham entre eles. Gostava disso. Meia antes de ir embora, ela corria pra terminar de ler os textos dos blogs que sempre acompanhava. 5 minutos, terminou, corre, arruma as coisas para ir embora, sempre atrapalhada. A pauta era sempre a mesma. A rotina doida do dia, preocupações e mais preocupações e os planos, os planos com os quais ela sonhava... adormeceu no ônibus, pra variar, o cansaço era visÃvel.
Próximo a parada de casa despertava, e pensava nas coisas de sempre, como era planejar a vida de fato? as vezes seu maior medo e o mais corriqueiro planejamento, o que demandava mais tempo, o que pedia maior atenção. Mas não era só de pensar, tinha que escrever, e assim vazia. Só conseguia visualizar as coisas assim, no papel, nada de bloco de notas. Nunca de adaptou as tecnologias básicas como essa.
"Porque eu tinha de ser?", era assim que sempre se questionava. Tinha o péssimo hábito de se comparar as pessoas, ela queria sonhar com coisas normais, queria ser pé no chão, mas sempre se pegava pensando em outras coisas, em outros planos. Final de tarde, tentava terminar seu livro, o 5º da série que terminará em breve, um romance, perdia alguns minutos no celular, checava as mensagens, a semana seguia uma rotina atual de férias.
Vamos, dorme... esquece a história, pare de imaginar como será o final. Mais planos.. tira o travesseiro, que agonia, não conseguia se acostumar a ele, sempre alto demais, preferia o plano do colchão. Isso, agora sim. Sonhar, sonhar com sonhos imprevisÃveis, e pra variar, pensar na sua próxima viagem, tinha o desejo que isso se tornasse parte quase de interina da sua vida, isso, isso ai garota, isso também pode ser manter os pés no chão. Dizem que as coisas que mais tiram seu sono, são no final seu maior sonho. Pare de pensar, você precisa dormir menina...
Lola
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