Deixe estar

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Me perguntaram se eu tinha medo do amor, eu respondi que talvez sim, mas que não saberia e nem poderia confirmar a resposta exata naquele momento. Lembrei da alegação de meu pai, que dizia que amor era algo que eu saberia quando encontrasse, acho que por tal não poderia afirmar isso agora.

Eu estava vivendo uma vida normal, com seus autos e baixos, com suas alegrias e dificuldades. Dúvidas e - algumas - certezas. Coisas que pairavam sobre todo ser. Medo, a propósito, era uma delas. Já ouvi falar que o medo salva a vida, de certa forma. E de certa forma também, eu concordo. Em vários âmbitos pode ser aplicado. 

Quando tive minhas desilusões, foram aqueles típicos momentos complicados da vida, talvez na adolescência, talvez na vida adulta, talvez em ambos. E qual a defesa do corpo quando é atingido por algo desconhecido ou estranho? Criar anticorpos. Um sistema de grande eficiência, penso comigo. Não seria diferente com os sentimentos. 

Eles criam barreiras. Na próxima vez há de pensar no que não fazer, no que evitar ao máximo, no que temer, no que não tentar e no que, principalmente, esperar. Parece já saber os próximos passos que o outro dará, e ainda mais, quais você não dará. Arriscar-se a dar um passo novo, talvez de forma mais lenta, pisada mais leve, algo renovado. Mas volta-se ao cuidado primário quase toda vez.

"Último paragrafo, eu sempre escrevo demais quando estou em uma aula que não curto tanto. Foco, cara Bia." Acho que o coração tem suas razões. Deixa estar, é sempre o melhor pedido. Deixa calma, alma e corpo. E coração, claro. As vezes dá medo de tentar ser desapegada, ou ao contrário, apegada demais. Tudo parece requerer um cuidado extremo. Relações são bem complicadas. Ou pessoas complicam demais. Não sei. 

Deixe estar... Uma hora a gente acha a certeza por ai. As vezes há encontro nos desencontros.


Lola

Revisão: Amanda Rodrigues

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